18 março, 2007

Mistérios...


Estranho como muitas coisas são imprevisíveis. Às vezes, quando estamos certos de que nada acontecerá, ocorre um fato sem aparente explicação. Fruto do acaso. Ou mesmo quando se espera por algo, inexplicavelmente ele não ocorre.

Engraçado é o fato de nos sentirmos fascinados pelo desconhecido. Algo envolto em mistério. Coisas para serem desvendadas, enigmas atrativos.

Lembro-me de ler livros cujo desfecho era extremamente envolvente. Sentia uma necessidade incrível de intercalar os fatos para descobrir o fim, por isso, não parava de ler. Mas, ao mesmo tempo, sentia uma certa angústia. À medida que me aproximava do final da leitura, me sentia um pouco chateada. Por mais que se queira descobrir a resposta final, não se pode negar o quanto é emocionante acompanhar os fatos usando a mente de forma silogística, ligando fatos, raciocinando.

Somos escravos do mistério. A graça de se viver é descobrir. É seguir sempre em frente, buscando transcender. Nos maravilhamos com o fato de que podemos sempre ir adiante, aprender novas coisas. Ao desvendarmos algo, procuramos outra coisa para desvendar. Sempre há possibilidade de ir além das expectativas. E às vezes a vida nos prega peças. Inusitadamente tudo muda. Em um mísero minuto, uma alegria pode se transformar em tristeza. Uma empolgação repentinamente vira uma decepção.

Ainda que haja contratempos, o que nos resta é aceitar. Resta saber conviver com os acasos já que é impossível mudar. Ver o mundo como imaginamos na maioria das vezes se torna melhor do que vê-lo como realmente é. E é justamente por isso que sentimos um grande fascínio pelo imprevisível.

Um comentário:

  1. Lilian, minha querida Lilian... Costumo dizer que a vida em si é assim também. É envolta em mistérios e esperanças. Quem é que nunca viveu a ansiedade de chegar? De esperar? De viver? Quem é que nunca teve medo do futuro? Embora de fato não tenhamos controle sobre ele? Quem é que nunca se fascinou por uma surpresa? Quem?

    Somente aqueles que nunca se aventuraram, que não viveram, simplesmente existiram. Viver é muito além do existir, a maioria somente existe, deixa passar coisas importantes, deixa de sorrir, deixa de se sentir instigado pelo mistério que o amanhã nos reserva.

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